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A História Que Ainda Se Repete nas Famílias Empresárias

Há cenas que marcam a nossa vida de um jeito silencioso.
Para mim, uma delas sempre será a imagem de um trabalhador caminhando entre pilhas de madeira — o cenário que acompanhou a minha infância inteira.

Não era apenas uma madeireira.
Era o sonho dos meus pais.
Era o lugar onde eles colocaram suas forças, sua fé e, muitas vezes, sua saúde.
Era onde eu e meu irmão crescemos aprendendo o que é responsabilidade muito antes de aprender a tabuada.

Crescer dentro de uma empresa familiar é carregar, desde cedo, o peso daquilo que a maioria das pessoas só descobre na vida adulta: empreender é mais do que vender. É sobreviver. É acertar onde ninguém ensina. É errar sozinho. E, principalmente, é sustentar vidas além da sua.

Eu lembro da poeira quente do pátio, das máquinas ligadas antes do sol nascer, do cheiro da madeira recém-cortada.
Lembro de funcionários que viravam quase família.
E lembro do silêncio pesado dos dias em que as contas não fechavam.

As empresas familiares são assim:
cheias de vida… e cheias de vulnerabilidades escondidas.


Quando o sonho vira risco — e a família não vê

A madeireira e a confecção dos meus pais eram a nossa casa expandida.
Mas por trás da rotina, havia algo que nenhuma família empresária gosta de admitir:

o risco não aparece de repente.
Ele cresce por dentro, devagar, sem alarde.

Os problemas nunca começam com uma grande crise.
Começam com:

  • um contrato assinado sem apoio jurídico,

  • um empréstimo aceito para “quebrar o galho”,

  • uma confiança depositada em quem não deveria,

  • uma compra feita no impulso,

  • uma negociação informal baseada apenas na boa fé,

  • uma urgência que atropela a estratégia.

E nas famílias empresárias, tudo isso é amplificado.
Porque o que está em jogo não é só patrimônio.
É legado.
É orgulho.
É a história de vidas inteiras.


O dia em que percebi que empresas não quebram — famílias quebram

Quando a empresa da minha família entrou em Recuperação Judicial, parecia que finalmente haveria uma saída.
E havia.
O jurídico fez tudo certo.
O plano estava impecável.

Mas existe uma verdade que ninguém tem coragem de dizer:

uma empresa pode ser salva no papel e destruída na prática.

Porque quando falta orientação, quando a mentalidade não muda, quando as decisões continuam sendo tomadas “como sempre foi”,
o avião até levanta voo…
mas cai logo adiante.

E foi isso que aconteceu com meus pais.

Eu, trabalhando no Poder Judiciário, via empresas de clientes se reerguerem com decisões corretas, contratos bem feitos, estratégias sólidas.

E ao mesmo tempo… via a minha família perder tudo.

Nada disso aconteceu por falta de caráter, esforço ou honestidade.
Aconteceu porque eles estavam sozinhos.

Sem conhecimento.
Sem estratégia.
Sem alguém para dizer:
“cuidado, isso parece bom agora, mas vai te custar caro depois.”


Famílias empresárias são feitas para prosperar — mas só prosperam quando entendem o jogo

Passei anos tentando entender por que algumas empresas familiares prosperam por décadas enquanto outras desaparecem mesmo com trabalho duro.

E a resposta é simples — dolorosa, mas simples:

não vence quem trabalha mais; vence quem enxerga melhor.

Famílias empresárias que duram:

  • sabem pedir ajuda,

  • não tomam decisões jurídicas no improviso,

  • profissionalizam o que sempre foi feito “de boca”,

  • entendem que contrato não é desconfiança — é proteção,

  • param de repetir padrões que destruíram outras gerações,

  • tratam a empresa como empresa e a família como família.

Quando essa consciência chega, tudo muda.


Por que eu escrevo, ensino e atuo para empresários — especialmente famílias

Porque eu vi o que acontece quando a família tenta sobreviver sozinha.
Eu sei onde dói.
Eu sei o que se perde.
Eu sei como é olhar para os seus pais e sentir que faltou alguém para segurar a mão deles antes da queda.

Eu transformei essa dor em missão.

Tudo o que ensino — em cursos, mentorias, artigos, e na Radar Legal — tem um único objetivo:

evitar que outras famílias empresárias passem pelo que a minha passou.

Se eu puder evitar que uma empresa feche, uma herança se destrua, um casamento imploda por causa do negócio, ou que filhos cresçam vendo medo nos olhos dos pais…
então a minha história terá valido a pena.


📝 Quero ouvir você — de verdade

Nenhuma família empresária se constrói sozinha.
E nenhuma precisa enfrentar seus desafios isoladamente.

Por isso, deixe nos comentários — ou me escreva diretamente — as suas respostas:

  • Qual foi o maior “susto empresarial” que você já viveu?

  • Hoje, qual é o seu maior medo como empresário?

  • Você sente que toma decisões mais na urgência ou na estratégia?

  • O que ainda te impede de pedir ajuda jurídica antes de um problema acontecer?

  • Se você pudesse mudar uma decisão empresarial do passado, qual seria?

Escreva. Eu vou ler pessoalmente cada mensagem.

A sua história importa — e pode ser o primeiro passo para mudar o rumo do seu negócio e o futuro da sua família.

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Um Comentário

  1. Leidy Benthien Disse :
    Publicado em 24 de novembro de 2025 at 10:40

    Minha história “triste” mudou profundamente a forma como vejo as empresas e os empreendedores e hoje ajudo a esclarecer, trazer estratégia e visão aos seus negócios, às suas vidas.

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