STJ vai decidir se o Fisco pode arbitrar o ITCMD: o que isso significa para holdings familiares
Nos últimos dias, ganhou destaque a notícia de que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) vai definir se os Estados podem arbitrar a base de cálculo do ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação) mesmo quando já existe lei estadual estabelecendo critérios.
Na prática, isso pode mudar muita coisa para empresários que utilizam holdings familiares como estratégia de planejamento sucessório e patrimonial.
O que está em jogo?
Hoje, é comum que doações de quotas sociais de holdings sejam declaradas com base no valor contábil (patrimônio líquido registrado em balanço). Esse valor costuma ser bem menor do que o valor de mercado de imóveis ou empresas que compõem o patrimônio.
O problema é que, se o STJ autorizar o Fisco a arbitrar o valor:
- O imposto poderá ser cobrado sobre o valor de mercado, e não apenas sobre o contábil.
- Isso pode aumentar significativamente a carga tributária nas doações e heranças.
- Planejamentos já realizados correm o risco de ser revistos e autuados, dentro do prazo decadencial de 5 anos.
Como isso afeta as holdings familiares?
As holdings são ferramentas legítimas e eficientes para organizar o patrimônio, reduzir conflitos e facilitar a sucessão. Mas a decisão do STJ pode trazer três grandes impactos:
- Aumento dos custos – O ITCMD pode deixar de ser calculado sobre valores contábeis e passar a ser exigido sobre laudos de mercado.
- Maior insegurança jurídica – Estados poderão questionar operações já feitas, gerando cobranças adicionais.
- Necessidade de mais cuidado – Apenas balanços e contratos sociais talvez não sejam suficientes para justificar valores. Será cada vez mais necessário contar com avaliações independentes e robustas.
E agora, o que fazer?
Esse cenário exige que o empresário não veja a holding apenas como um mecanismo para pagar menos imposto, mas como uma estrutura de organização e blindagem de longo prazo.
Mais do que nunca, será fundamental:
- Revisar estruturas já existentes.
- Elaborar planejamentos com compliance fiscal e documental forte.
- Antecipar soluções que tragam previsibilidade e segurança.
⚖️ Conclusão: Seja qual for a decisão do STJ, o empresário que se planeja com técnica e segurança continuará em vantagem. O verdadeiro risco está em estruturas frágeis, mal avaliadas e sem documentação adequada.
🔑 O planejamento sucessório não é um atalho para pagar menos imposto, mas um caminho para preservar o patrimônio construído ao longo de toda uma vida de trabalho.
👉 Se você já estruturou sua holding ou pretende iniciar um planejamento sucessório, vale a pena revisar a estratégia à luz dessas possíveis mudanças.
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