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Indenização por Corte Ilegal de Energia Elétrica

Reconhecida a obrigação de indenização por dano moral devido ao corte indevido no fornecimento de energia elétrica por parte da concessionária responsável pelo serviço. Segundo a decisão judicial proferida pela 31ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo reforçou a importância da proteção dos direitos dos consumidores em casos de interrupção no fornecimento de energia elétrica.  

A legislação brasileira é clara quanto aos procedimentos que as concessionárias de serviços públicos devem adotar antes de realizar o corte no fornecimento de energia elétrica de um consumidor inadimplente. Conforme estabelecido no artigo 6º, § 3º, II, da Lei nº 8.987/95 e nos artigos 173, I, a, e 174 da Resolução 414/2010 da ANEEL, é necessário que haja uma notificação formal ao usuário com um prazo mínimo de 15 dias antes da interrupção do serviço.

No caso em questão, a concessionária não cumpriu com tais exigências legais, realizando o corte de energia sem a devida notificação prévia e sem aguardar o prazo estabelecido. Essa conduta configurou um abuso por parte da concessionária, causando transtornos ao consumidor, afetando seu estado de espírito e prejudicando sua rotina diária.

Além disso, é importante ressaltar que a fatura inadimplida foi paga no mesmo dia do corte, o que demonstra a boa-fé do consumidor em regularizar sua situação financeira. No entanto, mesmo após o pagamento, o restabelecimento do fornecimento de energia elétrica só ocorreu após o ajuizamento da demanda e concessão de tutela provisória de urgência.

Diante desses fatos, o tribunal reconheceu o direito do consumidor à indenização por danos morais. A quantificação do dano moral, segundo a decisão, deve considerar princípios como razoabilidade e proporcionalidade. Nesse sentido, a indenização foi fixada em R$ 10.000,00, mantendo-se os critérios de juros de mora e correção monetária estabelecidos na sentença.

Essa decisão reforça a necessidade de as concessionárias de serviços públicos agirem com responsabilidade e respeito aos direitos dos consumidores. A falta de energia elétrica não apenas afeta a rotina das pessoas, mas também pode gerar transtornos emocionais e prejuízos materiais. Portanto, é fundamental que os órgãos competentes fiscalizem e garantam o cumprimento das normas que protegem os consumidores, assegurando-lhes o acesso a serviços essenciais de forma digna e adequada.

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